Kipland Kinkel


Em meados de maio de 1998, em Springfield, Oregon, o jovem Kipland Kinkel digeriu a lição de que acabar com a raça de apenas um colega já não era uma via segura para a imortalidade.Kinkel, um guri magrelo de quinze anos, com cara de fuinha, subiu a aposta. Por volta das oito da manhã, enquanto seus colegas da Escola Thurston terminavam o café-da-manhã, ele entrou calmamente na lanchonete da escola, levando embaixo do sobretudo um revólver calibre 22, uma pistola Glock 9 milímetros e um rifle semi-automático calibre 22. Manejando a primeira arma mais eficaz, Kinkel deu uma saraivada de tiros de rifle, estilhaçando janelas e fazendo os alunos se jogarem no chão para se proteger. Dezenove dos que estavam no refeitório foram baleados, mas sobreviveram, enquanto outros quatro alunos se feriram durante o pânico para fugir do prédio. Um estudante foi morto na hora, um segundo veio a falecer no hospital, e um terceiro também teria morrido se o rifle de Kinkel não tivesse ficado sem munição. Encostado na têmpora de um menino, o rifle fez clique, clique, clique.
Enquanto Kinkel se atrapalhava para inserir um segundo pente na arma, Jake Ryker, de dezesseis anos – um integrante da equipe de luta romana da escola que fora baleado no peito – lançou-se sobre o atirador. Kinkel sacou uma pistola do sobretudo. Ryker agarrou a arma e a jogou longe, levando outro tiro na mão. O irmão caçula de Ryker pulou em cima do atirador e ajudou a derrubá-lo no chão. Quando outros estudantes empilharam em cima dele, Kinkel gritou: “Atirem, atirem em mim agora!” Diante das circunstâncias, fico bastante surpresa que não o tenham feito.
Ah, e a propósito. Uma vez detido, Kinkel aconselhou a polícia a dar uma olhada em sua casa – uma encantadora casa de dois andares num bairro endinheirado, com uma exuberância de abetos altos e rododendros -, onde os policiais descobriram um homem e uma mulher de meia-idade mortos a tiros. Durante pelo menos um ou dois dias, houve muitas evasivas na imprensa sobre quem seriam exatamente essas duas pessoas, até a avó de Kinkel identificar os corpos. Fico meio desconcertada ao pensar em quem a polícia imaginou que estaria morando na casa de Kinkel, além de seus pais.

Kinkel foi preso e condenado a 111 anos de prisão, em 2 de Novembro de 1999. Ele será liberto em Janeiro de 2110.

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